DOMA DE BAIXO – TÉCNICA IDEAL PARA CABRESTEAR CAVALOS


Nos dias atuais, o que se tem de mais moderno em termos de doma é procurarmos entender o animal, sua psicologia, como ele pensa e, a partir daí, irmos, passo a passo, conquistando sua confiança. Esse processo chama-se doma natural. Antigamente, os peões usavam a violência, acreditando que os cavalos ficariam mais submissos, com medo do domador.

doma se divide em duas partes bem distintas: a doma de baixo e a doma de cima. A doma de baixo consiste basicamente em conquistar a confiança do potro e ensiná-lo a cabrestear, obedecer aos comandos de rédeas e acostumá-lo com os arreamentos. Pode ser iniciada nos primeiros meses de vida e ir até a idade em torno de 24 a 30 meses, quando se inicia a doma de cima. Esta consiste em acostumar o cavalo com o peso do cavaleiro; ensinar-lhe a obediência aos comandos de perna, de corpo e ajudas. Tudo isso deve ser feito de maneira harmoniosa, formando um único conjunto, cavalo e cavaleiro.

Comportamento animal

A principal defesa do cavalo é fugir, por isso este se assusta facilmente, estando sempre alerta. Daí a necessidade de se conversar com o animal para não assustá-lo. Movimentos rápidos também devem ser evitados. É muito importante que o cavalo veja o homem como um amigo. No entanto, cabe ao homem mostrar-se mais forte do que ele, sendo um líder. Geralmente o garanhão comanda a tropa e, na ausência deste, a liderança é feita por uma égua madrinha.

Os sentidos do animal

Visão  

A visão do cavalo é muito boa, enxergando quase em um ângulo de 360º, tendo a capacidade de olhar em duas direções ao mesmo tempo. Para onde está apontando suas orelhas, está sua atenção e visão. Entretanto, com a visão lateral, o cavalo não tem a noção de profundidade, por isso se assusta facilmente quando percebe algo estranho lateralmente. À noite, o cavalo enxerga melhor que o homem. Entretanto, tem dificuldade de enxergar de perto (menos de 2 metros), pois não focaliza rápido.

Olfato

O olfato do cavalo é bem desenvolvido, ele conhece um ao outro pelo cheiro e também a seu dono, tratador ou peão. Sempre é bom deixarmos o cavalo sentir nosso cheiro, levando a mão vagarosamente para ele cheirar. Quando o animal vai tomando mais confiança, deixamos que ele cheire nosso ombro e pescoço, assim vamos nos tornando familiares a ele.

Audição

A audição do cavalo é quase tão boa quanto a do cachorro. Eles têm diversas formas de se comunicar verbalmente. Sempre devemos conversar calmamente com o animal com o qual estamos lidando. Isso o tranquiliza.

Tato

A função do tato é exercida, no cavalo, por meio do focinho, dos pelos ao redor dos olhos e da boca. Não se recomenda cortar estes pelos compridos, pois estes ajudam o cavalo a perceber objetos e não bater em pontas que possam machucá-lo. O objeto, ao encostar no pelo, é percebido pelo animal, que o evita. Isso é importante devido à sua dificuldade de focalizar objetos próximos a ele.

Memória

O cavalo tem boa memória, isso permite que aprenda o que lhe ensinamos. Da mesma forma, tem boa capacidade de associar os estímulos positivos e os negativos (punição) em suas atitudes. Para que isso aconteça, o estímulo e a ação têm que ocorrer quase ao mesmo tempo. Se o cavalo faz alguma coisa errada, devemos puni-lo na hora. Esta punição pode ser apenas uma elevação da voz ou um gesto com a mão. O tempo entre a ação errada e a punição não pode ser mais de cinco segundos. O mesmo é válido para o estímulo positivo. Isso é extremamente positivo e importante na doma.

Doma de baixo

“A doma de baixo deve ser iniciada aos primeiros meses de vida, indo até a idade de 24 a 30 meses, quando se inicia a doma de cima. Neste período, deve-se ensinar o potro a cabrestear, obedecer aos comandos de rédeas, do chão e se acostumar com os arreamentos”, afirma o professor Arnaldo pereira Vieira, do curso Passo a Passo da Doma Natural, elaborado pelo CPT – Centro de Produções Técnicas.

Aproximação do cavalo

No centro do redondel, o domador comanda o potro para ele andar. Deixe o potro dar umas duas voltas no redondel e dê o comando de parar, levantando o braço no sentido de cercá-lo. Quando este parar, deixe-o relaxar por um minuto. Conversando com o animal, estenda a mão em direção ao focinho. Caso ele saia, dê o comando de andar e toque-o por mais umas duas ou três voltas. Em seguida, faça-o parar e tente se aproximar. Vá repetindo este exercício até que o animal deixe você se aproximar e tocá-lo. Quando isso acontecer, acaricie o pescoço do animal por 5 minutos. Em seguida, rode o animal mais um pouco e o acaricie novamente. Repita esses exercícios até que o animal deixe você colocar o cabresto. Agrade o animal mais um pouco, rodando-o no cabresto, dentro do redondel. Mantenha a cabeça do animal ligeiramente para dentro do círculo e rode-o novamente. Por fim, antes de soltá-lo, escove-o com uma escova de plástico.

Cabresteamento

Converse com o cavalo para acalmá-lo. Ao laçá-lo, puxe a corda com força para direcionar a cabeça do animal,  mas não a mantenha esticada para não enforcar o animal. Estenda a mão para ele cheirar, vá  acariciando-o devagar até que deixe colocar o cabresto, que deve ser de corda grossa ou de couro resistente. Este processo pode demorar até 30  minutos.  A focinheira deve ficar baixa,  mas não muito. Com o  equídeo contido pelo cabresto, escove-o bem com a raspadeira de ferro ou de borracha, nos locais  que ele permitir, e depois passe uma escova do tipo usada para lavar roupa.  Para ensinar o animal a cabrestear, puxe-o pelo cabresto e peça para o ajudante tocá-lo até se acostumar. Logo o animal associa que se andar, diminui a pressão do cabresto na nuca.

Rodando no cabresto ou guia 

Primeiramente, coloque o cavalo no redondel com cabresto e toque-o para um lado por cinco  minutos. Mude de lado e faça-o rodar por mais uns cinco minutos. Nas primeiras vezes, acaricie o animal quando pará-lo para que ele relaxe. Toque o equino sem deixá-lo nervoso e vá rodando com ele rodando para um lado e  para o outro por 20 minutos nos primeiros dias. À medida que notar que o animal está fazendo  bem, sem se cansar, vá aumentando o tempo até 50 minutos. Ao rodar o animal no cabresto, estamos exercitando sua musculatura, flexionando sua  coluna e, ao mesmo tempo, ensinando-o a obedecer aos comandos de voz.

Encilhando o animal

Introduza o bridão (grosso para não machucar a boca do animal) pelo lado da boca do cavalo para que ele a abra sem que o bridão machuque sua gengiva. Em seguida, pegamos a  manta e a levamos vagarosamente para o animal cheirar. Depois vamos esfregando-a no seu pescoço e dorso, de um lado e do outro do animal. Pegamos a sela, deixamos o animal cheirá-la, passamos as barrigueiras e o estribo do lado direito por cima da sela para o lado esquerdo e a colocamos  devagarinho sobre o dorso, sempre conversando com o animal para acalmá-lo. Por fim, apertamos  levemente a cilha e depois a barrigueira.

Charreteando o animal

Passamos cada uma das pontas da rédea comprida pelo estribo correspondente e prendemos nos respectivos lados na focinheira do cabresto ou na professora. Tocamos o animal em círculo ficando ao seu lado e atrás. Com as rédeas compridas, devemos fazê-lo andar para um lado, mudar de direção, parar. Isso deve ser feito por, no máximo, 50 minutos, até que ele fique bem treinado nos comandos.

Confira mais informações, acessando os cursos da área Criação de Cavalos.


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